segunda-feira, 31 de agosto de 2009

um mapa que me olha puto e grita
preu pular
pra dentro

a poesia da noite que ainda não aconteceu
toma uma e pede
pra pular
pra fora

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Odor de maçã

Já sinto a excitação da carne
No desejo escondido dos beijos
Da fricção da pele quando arde
Me enchendo de prazeres e desejos

Enlouquecendo nossos ensejos
Dos duros rosados arrepiados
No toque da língua nos seios
Exaltado do seu jeito tarado

Alta noite infinita
Delírios constantes
Moça da pele bonita
Desejos de amante

Do verde olhar sedutor
Qual gata manhosa, sedosa
No ato ao corpo mais calor
Do beijar nessa boca gulosa

Minha marionete de plumas
Algo mais, cheia de espuma
Misturada no odor de maçã
Quero todinha... noite, tarde e manhã.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sim, quero!

Ouça bem.

Não tem aquilo o bastante pra vida toda, ou vida suficiente para tanto aquilo, mas terá o raro privilégio, como poucos tiveram ou terão de conhecer o gosto do amor, sim terá, e será fantástico, único, não existiu felicidade maior, um recorte como nada que conhece.

Por outro lado, quando esquecer que é um privilégio e ordinarizar, pormenorizar, balancear e decidir convicta, urgente e orgulhosamente virar por um minuto de costas ele voará feito fumaça, pra outro lugar.

Aí então, apesar de muito jovem, até o fim da vida estará fadada a vagar pelos cantos, pelos ombros, pelos bares e pelos encontros, procurando algo que ao menos se pareça, nem que por um minuto, com aquilo, mas morrerá ímpar, pois o amor não haverá de voltar, estará em outro lugar, enfeitado com outros laços, se enroscando em outros abraços, realizando-se como o amor foi feito pra se realizar.

Quer mesmo assim?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Alter Tango

Nas noites quentes
Da sorridente cidade
Memórias te procuram
Invadem os bares
Vasculham os belos pares

Como se fingir fosse perder
Seguro só

Algo que não se pode ter
Só seguro

Pelos cabelos

Repouso, calmo
No eterno zelo

Discreto...

De seus pêlos

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Monólogo do confuso:

Por onde começar?
Já não sei, tampouco o porquê comecei a pensar em começar...
TSC. Mas já que comecei... Preciso do começo para terminar...
Não sei exatamente em que penso e nem porque penso.
Eu penso muitas coisas por muito tempo...
Não sei exatamente o que sinto e nem o porquê de sentir algo.
Sinto ter uma pérola que não seja minha, porém não é de ninguém.
E percebo que não é de hoje, mas sim de nunca... ou de sempre, um dia tampouco será do que se foi...
Isso que sinto sem explicar é como sentir algo que
Torna-se alheio, como tudo é alheio ao relento.
Não entendo o que me ocorre a cada manhã...
Não entendo o que fui, o que sou e menos ainda o que serei.
Sinto tamanho aperto claustrofóbico nas sutilezas que asperamente me assombram
Como posso saber se o que faço é certo, se nem sei se certo sou?
Instintos... Os tenho em abundância, porém são quase inúteis
E percebo que me perco em um mundo onde tudo é tão brutal.
Não posso negar que sinto falta
De amores e de receios
De surda admiração
De não saberes quem sou
Muito menos quem és
Somos apenas pó sobreposto na mesma ampulheta.
Se vivemos em harmonia?
Não sei, apenas sobrevivemos!
Sinto falta do inexistente que jamais existiu e nunca existirá.
Temo pelo certo
Sem ao menos ter certeza do errado.
E por mais que possa ter um fim
No presente, és fim do passado
Em algum lugar, algum tempo...

É indizível o que sou, o que fui e o que penso...

domingo, 9 de agosto de 2009

Quase:

Quase fiquei triste com o engano
que trouxe o silêncio espesso e tenso
onde não existiam fim nem começo
que rasga como trapos de panos.

Quase me esqueci do tempo
que espreme compassando
com passos rápidos e lentos
porém se foi e continua caminhando.

Quase rasguei rascunhos
de nomes e endereços
escritos ao suor dos punhos
nos mesmos trapos ditos no começo.

Quase aceitei negando
que existam motivos
pros recomeços vividos
ou não continuar mais tentando.

Quase descobri que sofrer
embriagado aos cantos
serve para endurecido se erguer
mesmo que aos prantos.

Quase aprendi apanhando
que mesmo com dor
já acreditei no amor
mas continuo me afastando.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Lembre-te

Lembre-te do por do sol,
caminhando pelas ondas,
irradiante em emoção,
com a brisa mas
arduo, firme e
cantado.

Lembra-te
dos momentos mágicos,
pelos cantos
nos prazeres...
E dos afazeres, lembra-se?

Dos prantos?
Pássaros e cantos?

Lembre-se agora então!
já que passou...
longe se foi...
E pro horizonte azul ensolarado voou.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Os sentimentos são como pão:

Você consome até se satisfazer

sujando toda a mesa de migalhas

depois você limpa os restos

jogando no chão

ou direto pro lixo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Acorda amor

- Acorda, amor! Acorda!
Calma, calma, logo menos ele acorda.


- Acorda, amor! Amor? Acorde amor!



- Não vai acordar.

- Vai acordar!


- Amor? Amor? Amor? Acorde, Amor!



- Amor!
- Amor! Acorda... Acorda. Acorda ...

- Não está respirando. Não vai acordar.



- Amor!





- O amor está morto, e pelo jeito já faz tempo.
Por que tanto grilo na cabeça?

Toma um travesseiro!

Ahhh... Esse ombro já não é tão macio...

agora ficou áspero.
A burrice está na mesa...

Então sirva-se,
mas com apetite!

E deixe restos
para os outros.

Boêmia da noite ao dia

A noite chega despercebida
abraçada ao tédio, dando risada.
Quando bares exalam alegria
esperando do boêmio as rimas afinadas.
Ficar em casa que nada
botar o pé na estrada.

Já bem pertinho chegando
ao encontro de abraços amigos
a felicidade toma conta
passando a fio nunca despercebido
nos bares, deixa o recado de ponta a ponta.

A fina garoa bar a fora
na mesa mais conhaque
junto piadas e risos
dar-se-ia o aparte
este será agora.

Separar dos amigos
para ao lado olhos ao flerte
nos azuis acesos acerta de prima
do loiro franzido de lírios
beleza de mulher menina.

Açucarada seduzia os sabores
criou-se surdo sarcasmo
terminada com intensos labores
o boêmio encosta-se com entusiasmo.

Então arrepiado com o cheiro
do cítrico perfume faz-se excitante
aguçando os sentidos
no espelho do banheiro
transtorna o semblante
na conquista usa do charme ao encante.

Já tão embora, bar a fora
o dia por vir clama
a perfeita obra prima
faz para o pintor sua pose
em moldura de uma cama
do boêmio recebe caricias mínimas
ao prazer nos exóticos sabores.

A boêmia da noite acabaria
no quente atrito de corpos sem face
o pudor já se ia, quando
deu-se do rígido prazer no enlace
que persistia enquanto o sol nascia
porém terminaria naquele mesmo dia.