domingo, 9 de agosto de 2009

Quase:

Quase fiquei triste com o engano
que trouxe o silêncio espesso e tenso
onde não existiam fim nem começo
que rasga como trapos de panos.

Quase me esqueci do tempo
que espreme compassando
com passos rápidos e lentos
porém se foi e continua caminhando.

Quase rasguei rascunhos
de nomes e endereços
escritos ao suor dos punhos
nos mesmos trapos ditos no começo.

Quase aceitei negando
que existam motivos
pros recomeços vividos
ou não continuar mais tentando.

Quase descobri que sofrer
embriagado aos cantos
serve para endurecido se erguer
mesmo que aos prantos.

Quase aprendi apanhando
que mesmo com dor
já acreditei no amor
mas continuo me afastando.

Um comentário:

  1. Muito bom esse poema! fala de tempo, e dúvida... é intenso demais, tem ritmo, tem significado, meio existencialista, sei lá, fala da angústia do eu-lírico diante das escolhas a serem feitas e não saber qual é a melhor, quase fiz... acreditei no amor, mas continuo me afastando... as antíteses tb dão um ar de confusão ao leitor, passos rápidos e lentos... tem sinestesia, o poema mexe com os sentidos do leitor, vc imagina onde está essa pessoa que escreve com o suor dos punhos e rasga os trapos... muito metafórico, que trapos são esses???? algo vivido? e foi rasgado... é um rompimento?
    nossa o eu-lírico está confuso demais,
    muito bom!!
    não curti o último verso da penúltima estrofe, acho que cortou: mesmo que aos prantos...
    mas ficou show de bola!

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